A citricultura baiana, maior do Nordeste e uma das mais importantes do Brasil, encontra-se em estado de alerta para a mais devastadora doença dos citros: o Huanglongbing (HLB), também conhecido como Greening. O HLB é causado pela bactéria de floema Candidatus Liberibacter spp. e transmitido pelo psilídeo Diaphorina citri, pequeno inseto ocorrente em todo o território nacional.
A doença se caracteriza pelo amarelecimento de ramos que se destacam na copa, o que explica o termo chinês Huanglongbing que significa “doença do ramo amarelo”. Outro sintoma importante é a má formação dos frutos, causando sérios prejuízos aos produtores e, consequentemente, à economia do estado. O HLB já está presente nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Paraná, nos quais provocou grande baixa na produção citrícola pela severidade em todas as variedades de citros.
Apesar dos estudos acerca da doença, até então não se conhece resistência genética, fato que impossibilita o desenvolvimento de variedades alternativas e torna ainda mais inviável a produção, sobretudo no Nordeste, onde a grande maioria dos citricultores produzem em pequenas propriedades, nos moldes da agricultura familiar e, sendo assim, não dispõem de recursos suficientes para o controle de uma enfermidade deste nível.
Preocupada com as medidas de combate ao HLB, a Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB) vem fazendo o monitoramento do D. citri nas diversas regiões do estado, especialmente no Litoral Norte e Recôncavo, onde se concentram as maiores áreas de cultivo dos citros e intensificando as barreiras sanitárias para controlar a entrada de hospedeiros do psilídeo. As ações da ADAB foram colocadas e discutidas pela Coordenadora do programa de citros Suely Brito no Encontro Huanglongbing (HLB): ameaça iminente à citricultura do Nordeste brasileiro, ocorrido entre os dias 27 e 28 de setembro de 2011 no auditório da SEAGRI em Salvador. O encontro que reuniu pesquisadores de instituições nacionais e internacionais foi realizado pela EMBRAPA Mandioca e Fruticultura, com o apoio da SEAGRI, ADAB e EBDA, contou com a presença de secretários municipais e estaduais de agricultura de regiões citrícolas, diretores e técnicos das agências estaduais de defesa sanitária e pode ser considerado um marco para a discussão de diretrizes a serem seguidas pelos setores envolvidos.
É importante lembrar que a ADAB tem papel fundamental não só no estado da Bahia, afinal, como disse Suely durante sua explanação, “geograficamente, a Bahia serve como um verdadeiro filtro para todo o Nordeste, uma vez que é passagem obrigatória de cargas provenientes dos estados do Sul e Sudeste pelas vias rodoviárias”. Portanto, é necessário dividir as responsabilidades e para isto faz-se necessária a união de todos os segmentos da citricultura, desde o produtor até o pesquisador de todos os pólos citrícolas do Nordeste com o intuito de retardar ao máximo a entrada do HLB na região e de padronizar ações de controle em caso de detecção da enfermidade.
Manter a citricultura na Bahia e no Nordeste é, acima de tudo, o resultado da soma de esforços e tem como conseqüência a garantia de bons frutos nas colheitas do futuro.
Luiz Eduardo Ribeiro Pedreira
Técnico em Fiscalização Agropecuária
ADAB – Vitória da Conquista
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