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sexta-feira, 7 de outubro de 2011

ACONDICIONAMENTO DE MATERIAL PARA DIAGNÓSTICO SOROLÓGICO

DICAS PARA ENVIO DE MATERIAL



Todo material biológico coletado à campo deve ser devidamente acondicionado e transportado dentro de um prazo determinado para não colocar todo o trabalho a perder, mesmo porque na maioria dos casos, o local de coleta e o laboratório onde o material é processado, fica muito distante, portanto agilidade e a forma correta de envio, são fundamentais para o êxito do trabalho.
1. INFORMAÇÕES NECESSÁRIAS PARA ENVIO DE MATERIAL AO LABORATÓRIO
Somente serão aceitas pelo laboratório as amostras que vierem acompanhadas de identificação completa sobre tipo de amostra, dados da propriedade e proprietário, responsável pela colheita (telefone, endereço, e-mail), data da colheita, espécie animal, análises a serem realizadas, suspeita clínica (quando necessário). Além disso, também devem acompanhar os dados para o envio da cobrança (CPF, CNPJ, endereço), do relatório de ensaio, isto é, todos os dados necessários para preenchimento do Cadastro de Recebimento de Amostra do SGC e das fichas de acompanhamento de amostras.
2. TRANSPORTE E ESTOCAGEM DAS AMOSTRAS
Amostras de soro sanguíneo em geral devem ser mantidas sob refrigeração e analisadas dentro de no prazo máximo de 72 horas e quando mantidas congeladas a – 20ºC por período indeterminado;

NOTA

• O ideal é que estas amostras cheguem ao laboratório o mais rápido possível;
• Quando as amostras apresentarem inconformidades identificadas na análise crítica, as mesmas serão mantidas no laboratório em temperatura adequada para o seu armazenamento e será feito contato imediato com o cliente.
3. COLHEITA DE AMOSTRAS DESTINADAS A REALIZAÇÃO DE ENSAIOS SOROLÓGICOS:
A colheita deverá ser feita de modo a evitar a contaminação com produtos e outros microrganismos presentes no ambiente ou no próprio animal. Por essa razão, frascos, tubos, seringas, agulhas e demais instrumentais a serem utilizados devem estar estéreis.

As etapas da coleta exigem o cumprimento de algumas normas que podem ser assim resumidas:

a) A amostra de sangue coletada deve cobrir no mínimo 50% da capacidade de um tubo ou frasco de 10 mL.

b) Para se obter um soro adequado para análise, os tubos com sangue devem ser mantidos à temperatura ambiente por, no mínimo, 2 ou 3 horas, ao abrigo da luz, até que ocorra a coagulação sangüínea. Após a separação do coágulo, transferir o soro para um frasco estéril. Não usar frascos ou tubos úmidos, porque pode hemolisar o sangue;

c) O soro deve ser conservado refrigerado e enviado o quanto antes ao laboratório evitando-se assim, a deterioração da amostra. Em caso de demora no envio (mais de 72 horas), deve-se congelar o soro e enviar sob refrigeração.
d) Os tubos devem ser identificados de tal forma que o número corresponda ao especificado no formulário de solicitação de exames.
PARTICULARIDADES

4. COLHEITA DE AMOSTRAS DE SUABES
A colheita de material para análise laboratorial através de suabes pode ser feita nos casos de diarréia, secreções nasais, descargas vulvares, meningite estreptocócica, pneumonias e outros.

- Utilizar suabes estéreis flexíveis de aproximadamente 15 cm, podendo conter meio de transporte se o período entre a colheita e o recebimento no laboratório exceder 24 horas.
- O frasco deve ser aberto somente no ato da colheita.
- Em casos de descarga vulvar o material é colhido com movimento de pincel na região da vulva e vagina profundamente.
- Nas diarréias pode-se colher diretamente da região do reto ou indiretamente no material fecaI.
- Para cavidade nasal realiza-se introdução profunda do suabe e com um movimento de pincel colhe-se o material para exame.
- Para colheita no cérebro, após abrir a caixa craniana, passar o suabe na intersecção dos dois hemisférios do cérebro e do cerebelo.
- Nos casos de pneumonias, passar o suabe dentro do abscesso (quando houver), na parede dos pulmões quando há presença de fibrina, no local onde há hepatização. Sendo aconselhável nesses casos enviar o pulmão ao laboratório.
- Após a colheita o suabe deve voltar imediatamente para dentro do frasco.
- Todos os frascos devem ser etiquetados para melhor identificação.
- As amostras devem ser colocadas em caixas de isopor com gelo embalado para manter a refrigeração.
5. COLHEITA DE AMOSTRAS DESTINADAS A REALIZAÇÃO DE ENSAIOS VIROLÓGICOS:
O sucesso no cultivo virológico de amostras de campo depende de uma série de fatores que podem interferir no diagnóstico laboratorial como a forma de colheita, tipo de peça anatômica, quantidade de amostra, acondicionamento, transporte, tempo após a colheita e tempo de estocagem.
A fase aguda da doença é o período com maior possibilidade de detecção do vírus. Ou seja, sempre que possível colher material para o isolamento do vírus ou para a detecção antigênica no início da enfermidade, quando estão presentes os sinais clínicos.
Os procedimentos para colheita de amostras para exame virológico são descritos a seguir.

5.1 PROCEDIMENTOS PARA A COLHEITA DE AMOSTRAS DESTINADAS A REALIZAÇÃO DE ENSAIOS VIROLÓGICOS:
Os materiais de predileção para serem enviados para a detecção de vírus são tecidos colhidos durante as necropsias e/ou de abortos, de secreções tais como: secreções nasais, vaginais, prepuciais, sêmen, leite, fezes, conteúdo intestinais ou uterinos, líquidos de vesículas, sangue integral e soro.

a) Colher os órgãos de animais com quadro clínico compatível ao da suspeita, após o sacrifício ou logo em seguida da morte, de forma mais asséptica possível, não devendo ser utilizados instrumentos com os quais se fez a necropsia;
b) Existindo a suspeita clínica, na realização da necropsia, colher inicialmente os órgãos alvo de escolha para a doença em questão, e posteriormente o restante.
c) Os órgãos podem ser coletados inteiros. Se for necessário seccionar, o fragmento a ser submetido deve incluir o tecido com a lesão;
d) Para conservação de órgãos e tecidos, utiliza-se a refrigeração. Em caso de demora no envio (mais de 72 horas), pode-se, porém nem sempre é aconselhável, congelar o material e enviá-lo sob refrigeração;
e) Não é recomendável o congelamento de amostras para o isolamento viral, pois temperaturas de 0 ºC a -40 ºC podem inativar alguns vírus. Se for inevitável o congelamento das amostras, utilizar gelo seco ou nitrogênio líquido. A exceção ocorre quando for referente a algum vírus que tolere temperaturas de até -20 ºC. Também pode ser utilizados meios específicos que conservem a amostra;
f) Formol, glutaraldeído, álcoois ou outros produtos químicos não devem ser utilizados para a remessa de amostras para diagnóstico virológico, pois estas substâncias podem inativar os vírus;
g) Secreções para isolamento viral devem ser colhidas com suabe sem alginato de sódio, uma vez que esta substância inativa alguns vírus;
h) Os suabe devem ser colocados em frascos ou embalagens estéreis e mantidos refrigerados, enviados em embalagem tripla;
i) Se for inevitável o congelamento das amostras, utilizar gelo seco ou nitrogênio liquido, quando se desejar o isolamento viral, pois temperaturas de 0 ºC a -40 ºC podem inativar alguns vírus;
j) A amostra deve ser remetida ao laboratório o mais breve possível, já que as secreções são colhidas, geralmente, para isolamento viral ou detecção antigênica.

Postado por:        Geovani M. G. Silva
                         Méd. Veterinário (UFBA)
                     Técnico em Fiscalização ( ADAB)
                    

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